Intolerância ao glúten por doença celíaca

Intolerância ao glúten por doença celíaca

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A doença celíaca é uma inflamação na mucosa do intestino decorrente da exposição a alimentos contendo glúten. Os sintomas mais frequentes são: diarreia, perda de peso, distensão abdominal e gases


A Doença Celíaca (DC) é uma doença autoimune que afeta o intestino delgado de indivíduos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de glúten.

A DC é relativamente comum, acometendo cerca de uma a cada 100 pessoas, em quase todo o planeta. É mais comum em mulher e em indivíduos caucasianos. Também acomete mais os parentes de primeiro grau e pessoas que apresentam outras doenças autoimunes como diabetes tipo I, hipotireoidismo, hepatite autoimune, entre outras.

Quais são os alimentos que contém glúten?

Os pacientes com DC não devem ingerir glúten, que está presente no trigo, centeio e cevada. Os pacientes precisam geralmente seguir uma dieta restrita, suprimindo o glúten pelo resto da vida. Não se recomenda a ingestão de aveia por ser frequentemente contaminada com trigo, e há um pequeno subgrupo de pacientes com DC (menos de 5%) que pode também não tolerar a aveia pura.

Quais são os sintomas?

Os sintomas clássicos no adulto são diarreia crônica, perda de peso, anemia, distensão abdominal, fraqueza e mal-estar. Na criança pode haver perda de peso, baixa estatura, vômitos, diarreia, dor abdominal recorrente, atrofia muscular, hipoproteinemia e irritabilidade.  

Posso ter complicações se eu continuar ingerindo glúten?

Sim. Pacientes com DC não tratadas tem risco elevado de complicações como linfoma, neoplasia do intestino delgado, tumores orofaríngeos, infertilidade não explicada, osteoporose e fraturas ósseas.

Como faço o diagnóstico?

O diagnóstico da DC é baseado na biópsia do intestino delgado, que é realizada através do exame de endoscopia digestiva alta. Concomitante à biópsia são solicitadas sorologias específicas para DC.

Qual o tratamento?

O único tratamento para a doença celíaca é uma dieta estritamente livre de glúten por toda a vida. Os pacientes devem ser encorajados a consumir alimentos naturais ricos em ferro e folatos, especialmente se houver deficiência documentada destes minerais.

Aproximadamente 70% dos pacientes relata uma melhoria nos sintomas dentro das primeiras duas semanas após ter iniciado a dieta sem glúten.

O paciente deve manter acompanhamento com gastroenterologista a cada 3 a 6 meses no primeiro ano, e após esse período e a estabilização da doença, anualmente.


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