Talvez você já tenha lido em algum lugar ou até mesmo ouvido falar sobre ortodontia interceptiva, mas você sabe a que ela se refere?
Bem, para iniciar nosso assunto vamos primeiro direcionar o público ao qual se aplica esse tipo de tratamento. Estamos aqui falando então de crianças, com faixa etária entre 5 a 11 anos aproximadamente.
É nessa tenra idade que, por alguns motivos específicos, muitas vezes iniciamos algum tipo de intervenção ortodôntica.
Mas aí vem a pergunta: o que deve ser levado em conta na tomada de decisão para iniciar ou não um tratamento tão cedo nas crianças?
Existem alguns fatores que são chaves para a indicação da ortodontia interceptiva. São eles: as evidências científicas, a experiência do profissional e o desejo da família em iniciar o mais cedo possível o tratamento.
E o que deve ser tratado nessa idade?
A partir dos 5 anos toda criança precisa passar pelo olhar clínico de um ortodontista. É a partir dessa idade que avaliamos como está o padrão de crescimento facial, se a respiração nasal da criança está prejudicada ou se há apneia obstrutiva do sono, por exemplo. O ortodontista também irá avaliar a presença de hábitos bucais deletérios (chupar bico, dedo), bem como a presença de mordida aberta anterior ou cruzada posterior. Todos esses fatores poderão ser tratados precocemente, e muito bem resolvidos quando diagnosticados cedo.
Além desses fatores, a estética da criança também pode ser beneficiada com a ortodontia interceptiva?
A resposta é Sim! Quando há um apinhamento dentário (dentes justos e um por cima um do outro) podemos utilizar de mecânicas que auxiliam na melhora da posição dentária e assim trazem um benefício estético e melhor convivência para a criança e a família.
Em alguns casos também vemos a retenção do incisivos central superior, fazendo com que esse dente demore muito para nascer. Assim, com um tratamento precoce podemos trazer o dente a posição dele, melhorando a autoestima da criança.
Qual a frequência de crianças que necessitam desse tipo de tratamento precoce?
Segundo alguns estudos já publicados, apenas 36% das crianças não irão necessitar de intervenção precoce. Ou seja, 1/3 das crianças não tem indicação para receber tratamento algum em idade precoce e 2/3 delas então merecem serem beneficiadas por esse tratamento.
Como pai ou mãe, qual a melhor conduta com meu filho pequeno?
Procure um profissional de confiança, pois essa etapa de tratamento deve ser muito bem indicada e orientada. Nenhum sobre tratamento deve ser realizado, e nem tampouco deve perdurar por muito tempo. Volto a lembrar que essa fase de tratamento deve ser pontual e enxuta, ou seja, deve durar o mais breve possível.