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Drª. Ana Elisa Prestes Simonetti
CRM/SC 22070 | RQE 17502
Como mantê-la em tempos de COVID
Neste período de pandemia as mudanças de rotina como restrições de mobilidade, afastamento social e suspensão de atividades de lazer e serviços, que foram impostas como medidas de saúde pública para prevenção da transmissão do vírus, têm impactado de forma negativa nossa percepção do mundo e de nós mesmos.
Uma vez que essas atividades têm papel fundamental na manutenção e controle da evolução de transtornos psiquiátricos, alterações abruptas geram um desequilíbrio psíquico e diferentes respostas emocionais como humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, medo, raiva, insônia, etc. Até certo ponto esses sentimentos são considerados aceitáveis, fazendo parte de um período de readaptação, mas, quando há persistência dos sintomas por um período prolongado, dificuldade para realização de atividades diárias, sofrimento, prejuízo no desempenho profissional e pessoal, deve-se ficar alerta.
Estudos que avaliaram situações similares de isolamento, verificaram aumento do risco para o surgimento de abuso de álcool, estresse pós-traumático, ansiedade e depressão.
Investir em atividades prazerosas que possam ser feitas em casa como ler um livro, assistir um filme, fazer algum trabalho manual, aprender novas habilidades, podem auxiliar na redução do estresse. Reservar momentos para cuidar de si, manter um padrão de sono regular, também são hábitos importantes. Construir uma lista de afazeres no início do dia para organizar a rotina, pode facilitar o processo de adaptação ao novo momento que estamos vivendo. Encontre atividades que proporcionem o senso de realização pessoal.
Mantenha contato remoto com seus amigos e familiares. Meditação e mindfulness são alternativas cientificamente comprovadas para controle de sintomas de ansiedade, e podem ser realizadas com orientação online.
Ficar excessivamente atento a noticiários, sites e redes sociais pode elevar a ansiedade a um nível disfuncional. Reserve no máximo dois momentos do dia para manter-se atualizado.
Recentemente o Conselho Federal de Medicina autorizou a modalidade de telemedicina para atendimento psiquiátrico, através de plataformas online, o que facilitou a continuidade do tratamento dos pacientes e também o acesso a primeira consulta.
Vivemos tempos únicos. Existem muitas dúvidas, e ainda não temos total ideia dos impactos dessa pandemia na saúde mental das pessoas a longo prazo. Devemos buscar todo o auxílio possível para amenizar o potencial negativo, procurando soluções criativas e ressignificando a vida de forma positiva.