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CRM/SC 20676 | RQE 17292
O mecanismo de formação dos pólipos endometriais ainda é incerto, mas acredita-se que são multifatoriais. Ele é um crescimento hiperplásico de estroma e glândulas endometriais ao redor de um pedículo vascular projetado no endométrio.
Os fatores de risco são: idade, hipertensão arterial, obesidade, terapia de reposição hormonal e uso de tamoxifeno.
A prevalência varia de acordo com a faixa etária, variando de 7-34%, sendo mais comum na pós menopausa.
O diagnóstico na maioria das vezes é um achado na ultrassonografia de rotina. Quando sintomático, seu principal sintoma é sangramento anormal uterino e como padrão ouro para o diagnóstico temos a histeroscopia, exame que visualiza diretamente a lesão.
Eles podem ser únicos ou múltiplos, variados tamanhos, sésseis ou pediculados e estar em qualquer parede do útero.
Infertilidade:
Entre as mulheres com infertilidade temos uma prevalência de até 32%.
Possível causa para a associação: Alterar o transporte do espermatozoide; aumentar a produção de fatores inibitórios como glicodelina; reduzir os fatores de implantação.
Os estudos são controversos ao definir se a conduta nestes casos seria a polipectomia, mas levam em conta que a histeroscopia é um procedimento minimamente invasivo e resulta em um diagnóstico histológico. Já naqueles casais que farão reprodução assistida está indicada a polipectomia pelo risco de menor taxa de implantação.
Malignização:
O grande obstáculo desta patologia é definir o risco de transformação em câncer de endométrio e se há necessidade de retirada da lesão.
Com a evolução da histeroscopia e a prática de see and treat, surge uma justificativa para remoção de todas as lesões, por ser um procedimento simples e que muitas vezes não precisa de internação hospitalar.
A real taxa de malignização é variável, entre 0,5-4,8% na população geral. O principal fator de alerta é o sangramento vaginal, sendo que o risco de câncer é maior naquelas com sangramento vaginal na pós menopausa, neste caso é obrigatória a realização histeroscopia com polipectomia.
Cada caso deve ser avaliado individualizadamente, colocando a paciente a par dos riscos e benefícios da cirurgia. Entretanto frente a um diagnóstico visual de pólipo deve sempre se optar pela retirada completa da lesão, se não for possível, oferecer um laudo mais detalhado possível.
Pacientes assintomáticas, quando realizar a polipectomia?
Pré menopausa: Risco aumentado para hiperplasia endometrial e/ou câncer de endométrio; Pólipos >1,5cm; Infertilidade.
Pós menopausa: Pólipos >1,5cm; Risco aumentado para hiperplasia endometrial e/ou câncer de endométrio; Idade maior que 60 anos.
Como conclusão, os pólipos devem ser avaliados individualizadamente de acordo com a sintomatologia e a idade da paciente. Com o avanço tecnológico, cada vez temos mais diagnósticos e com procedimentos pouco invasivos resolvemos a patologia sem maiores agravos a saúde da paciente.