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CRM/SC 21031 | RQE 22508
Nas últimas décadas a dengue tornou-se a mais importante arbovirose mundial em termos de morbidade e mortalidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2023, foram mais de cinco milhões de casos reportados e mais de 5 mil mortes notificadas em 80 países. Neste cenário, o diagnóstico precoce, é primordial.
Os vírus são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti que também são responsáveis pela transmissão da Chikungunya, febre amarela e Zika. Até o momento tem-se o conhecimento de quatro sorotipos de vírus: DENV-1, DENV-2, DENV-3 E DENV-4, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e de etiologia viral, podendo ter um amplo espectro clínico. Na maioria dos casos tem evolução benigna, porém parte dos pacientes podem evoluir para as formas graves e óbito. Especialmente pessoas idosas e/ou com doenças crônicas. A doença; se divide em 3 fases: febril, crítica e de recuperação.
Fase febril
Os primeiros sintomas aparecem no 10 dia após a picada do mosquito e se assemelham com quadro gripal com febre alta (39 – 40C) e persistente (2 a 7 dias), dor muscular, dor nas articulações, cefaleia, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas pelo corpo, estas em cerca de 50% dos casos. Vômitos e diarreia podem estar presentes. Após esta fase, a maioria dos pacientes se recuperam gradualmente.
Fase crítica
Pode estar presente em alguns pacientes, ocorrendo entre o 3º e 6º dia da doença. Deve-se ter maior atenção aos sinais de alarme devido ao risco de evolução para formas graves nesta fase.
Sinais de alarme:
•Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
•Vômitos persistentes;
•Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame
pericárdico);
•Hipotensão postural ou lipotimia;
•Hepatomegalia >2 cm abaixo do rebordo costal;
•Sangramento de mucosa;
•Letargia e/ou irritabilidade.
Fonte: World Health Organization (2009).
Fase de recuperação
Progressiva melhora clínica. Pode ocorrer o aparecimento ou reaparecimento de exantemas (manchas vermelhas) acompanhado ou não de prurido generalizado.
Podem estar presentes infecções bacterianas associadas potencialmente fatais, conforme quadro geral do paciente.
Diagnóstico
Além dos achados clínicos, existem testes laboratoriais sorológicos – IgG e IgM, virológicos – permitem identificar o patógeno e monitorar o sorotipo viral circulante e o teste rápido para a detecção do antígeno viral NS1.
Vale lembrar que o tratamento de um caso de dengue (mesmo que suspeito) não deve depender do diagnóstico laboratorial sendo os critérios clínicos e epidemiológicos muito importantes em épocas de surto.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a dengue, os cuidados irão depender conforme sinais e sintomas apresentados, bem como a gravidade do quadro. Não se automedique
Prevenção
Medidas socioeducativas para a eliminação dos focos do mosquito. Tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, desobstrução de calhas, lajes e ralos. Faça uma inspeção na casa, pelo menos, uma vez por semana. Uso de telas nas janelas e repelentes.
Vacinação presente no calendário nacional desde dezembro/2023 contra os 4 sorotipos de vírus. A vacina Qdenga é ofertada para pacientes entre 4 e 60 anos de idade e, até o momento, disponível em 25 estados.
Não esqueça, mesmo com a vacinação deve-se manter as medidas socioeducativas, uma vez que ao combater o mosquito, combatemos também Zika, febre amarela e Chikungunya.