
Escetamina: uma nova perspectiva para psiquiatria

Drª. Julia Pizzolatti Pieri
CRM/SC 22561 | RQE 18739
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O coronavírus, o vírus causador da pandemia iniciada em 2019, já afetou mais de 137 milhões de pessoas e matou mais de 2 milhões em todo o mundo. No Brasil, já foram mais de 13 milhões de infectados e 358 mil mortes.
Tal vírus é causador de uma infecção respiratória aguda, potencialmente grave. Embora os estudos estejam focados principalmente nas infecções agudas, muitos estudos vêm demonstrando os efeitos a médio e longo prazo da infecção causando sintomas psiquiátricos e neurológicos.
Os pacientes podem apresentar desde sintomas gripais leves até graves, incluindo necessidade de suporte em unidade de terapia intensiva. Porém, após algum tempo, independente da gravidade do quadro respiratório, alguns pacientes vem apresentando sintomas neurospsiquiátricos como: ansiedade, depressão, queixas de memória e atenção, psicose e até mesmo ideação suicida o que sugere inflamação cerebral associada à infecção.
Uma cascata de acontecimentos está associada a tais achados. A invasão do vírus no cérebro causa aumento de marcadores inflamatórios (interleucinas). Estes marcadores causam redução de neurotransmissores e a alteração da neurotransmissão e aumento da neurotoxicidade. Também são encontradas lesões nas paredes dos vasos sanguíneos que estão associados a alteração da coagulação (microtrombos, por exemplo).
A soma de todas essas alterações em áreas específicas do cérebro são as principais causadoras dos sintomas neuropsiquiátricos encontrados nos pacientes pós infecção por coronavírus. O estresse inflamatório seria uma das hipóteses da fisiopatologia da depressão, que já vem sendo estudada há alguns anos.
A importância da elucidação da fisiologia dos danos causados pelo coronavírus é trazer novas opções terapêuticas e até mesmo preventivas aos pacientes. A morbidade em relação ao quadro neuropsiquiátrico deve ser também enfatizada.
Algumas medidas podem ser realizadas para diminuir os efeitos inflamatórios no corpo, como ingesta hídrica, alimentação saudável e exercícios físicos regulares. Tais medidas impactam positivamente na prevenção de doenças clínicas e psiquiátricas e melhora de seu prognóstico
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