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CRM/SC 6724 | RQE 3541
Atualmente nos deparamos com uma medicina cada vez mais especializada e fragmentada em pequenas partes e funções do corpo humano. Sem dúvida esse processo faz parte da própria evolução da ciência e nos ajuda na obtenção de diagnósticos cada vez mais precisos das patologias que afligem a humanidade.
Porém, esse processo é como uma "faca de dois gumes", pois também cria um caminho oposto e negativo de desconhecimento das funções humanas como um todo, como uma unidade.
Isso não é diferente na ortopedia. Hoje temos ortopedistas especializados em diversas áreas do corpo humano como ombro, coluna, mão, quadril, pé e tornozelo, fixadores externos, etc. Obviamente, quando o tratamento necessita ser cirúrgico, o sub especialista tem um conhecimento e capacitação mais detalhada, porém, sabemos, estatisticamente que mais de 90% das consultas são de tratamento clínico. Também se sabe que grande parte dos pacientes têm duas ou mais queixas de dor em locais diferentes do corpo.
O ortopedista sempre deve procurar ver seus pacientes de uma forma integrada, mesmo quando venham com uma queixa específica, por exemplo, dor na coluna. Muito importante o diagnóstico diferencial, investigando-se as possíveis causas dessa dor lombar, que pode ser causada por uma inflamação muscular, hérnia discal, ou até uma patologia renal.
É comum ouvir muitas queixas de pacientes que sofrem de dores em locais diferentes do corpo e não conseguirem resolver suas mazelas em uma única consulta, isso porque o ortopedista é " especialista em ombro, mas não atende dor no pé", por incrível que pareça essa situação já é muito comum.
Certamente a prevenção de patologias foi um pouco esquecida pela nossa medicina, apenas tratamos as doenças. Uma alimentação saudável e atividade física são primordiais ao ser humano.
Sempre recomenda-se aos pacientes para que incluam em suas rotinas uma mudança de hábitos de vida, que saiam de sua zona de conforto, que criem hábitos saudáveis.
Quando uma pessoa nos procura para uma consulta, procura não só um profissional para uma receita ou um exame, mas também a atenção plena do médico, a percepção e reconhecimento de sua dor, o conforto e afeição humana nesse momento de fragilidade.
Sabe-se que o paciente chega até nós com grandes expectativas, e é nossa função como médicos não frustrá-lo.
Mesmo que se atenda o dia inteiro dezenas de pacientes e esteja cansado, para seu último paciente do dia " você é o primeiro médico". E esse último paciente merece a mesma atenção do primeiro! Assim como não devemos levar trabalho para nossos lares, não devemos levar problemas pessoais para o consultório.
O trabalho realizado com amor flui com facilidade, não exige esforço, gera satisfação tanto no médico quanto no paciente. Não vejo essa relação médico-paciente como comercial e sim como uma relação de confiança e até mesmo amizade.