Acompanhe as novidades e dicas de saúde e bem-estar
CRM/SC 3843 | RQE 1033 | 11231
Médico traz um alerta sobre o excesso de pesquisas e confiabilidade em resultados de sites de busca relacionados à sáude. É preciso ter cuidado, entenda:
A evolução das coisas é um fato e uma necessidade e, claro, todos queremos isso.
Todavia, há uma desproporção e um descompasso entre o que é desenvolvido e sua aplicabilidade na vida real. Enquanto em alguns segmentos os aplicativos, por exemplo, trazem efeitos e ganhos imediatos, em outros, a situação é bem diferente.
Nosso comportamento, por exemplo, quem de nós de sã consciência dispensa “o melhor”? Ninguém. Bem, vamos com calma.
É impressionante o equívoco que se comente neste sentido a todo o momento. Nas minhas áreas de atuação, vejo todos os dias isso acontecendo de forma intensa. Situações como: “Dr. Quero fazer aquele exame, o último que saiu... Sabe, aquele que desenha a gente por dentro...”
E, por aí vai ... uma imensa lista de exames de laboratório repetidas de forma desnecessária e inútil, múltiplos exames de imagens como tomografias e ressonâncias magnéticas...
O fato é que cada vez mais se fazem exames que não tem relação com o quadro clínico. E isso aumenta muito o custo do atendimento e diminui drasticamente o índice de eficiência em fechar diagnósticos corretos. Deixando muitas pessoas peregrinando de porta em porta.
Já houve uma época em que havia uma natural cumplicidade na relação médico-paciente. Todos trabalhavam de forma harmônica para alcançar o melhor resultado no menor tempo possível.
Agora, o comportamento é outro. O paciente já chega no consultório com uma lista de exames que extraiu do Google, por sua vez o médico recebendo honorários a preço de Uber de seus convênios, simplesmente aceita e transcreve para não parecer politicamente incorreto. Ou seja, não houve o exercício do raciocínio da medicina neste caso.
A cena que mais vejo nos últimos tempos é a chegada dos pacientes com um “pacotão” de exames e dizendo: “já fiz de tudo” e continuo sem solução. E, de fato, quando você começa desmontar o pacotão, ali tem desde “A” até “Z”.
Então, o que seria o “melhor” ?
Defendo que o melhor nem sempre é o mais caro e/ou o último lançamento e nem necessariamente “um montão” de exames.
O melhor “comportamento” é quando o paciente descreve seus problemas de forma direta, sincera e objetiva. Sem qualquer “enfeite” ou omissão. Assim, a clareza dos fatos facilita e em muito a chegada a diagnóstico correto.
Com isso, tudo fica mais ágil, diminui sofrimentos e diminui custos.
Finalizando: usar o Google e os aplicativos, não é um problema, desde que sejam utilizados com moderação e coerência, fazendo com que nosso comportamento determine nossas atitudes e não permitindo que a “Dra. Internet” defina nosso comportamento.