
Fertilização in vitro

Dr. Roberto Carlos Montecinos Gallo
CRM/SC 7525 | RQE 5091
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Dr. Roberto Carlos Montecinos Gallo
CRM/SC 7525 | RQE 5091
Dr. Roberto C. M. Gallo
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) foi descrita pela primeira vez por Stein e Leventhal, em 1935, como uma condição caracterizada por ausência de menstruação, crescimento excessivo de pelos, acne, obesidade e presença de ovários policísticos.
A SOP é uma doença complexa, caracterizada por alterações no ciclo menstrual, predisposição ao diabetes tipo 2 e dificuldade para engravidar. O aumento da resistência à insulina e a obesidade são comuns em mulheres com SOP. Devido ao acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal, há maior resistência à insulina e maior tolerância à glicose, o que leva a níveis elevados de androgênios (hormônios masculinos).
A SOP é comum em mulheres em idade reprodutiva, com prevalência entre 4% e 8%. A principal causa está relacionada à resistência à insulina, presente em 60% a 80% dos casos. A obesidade é um fator agravante. O hiperandrogenismo (excesso de hormônio masculino) é causado pela estimulação elevada do hormônio luteinizante (LH). A ausência de ovulação leva à infertilidade, e os cistos surgem devido à inibição do hormônio folículo-estimulante (FSH) e ao aumento do hormônio antimülleriano (AMH), ambos utilizados para o diagnóstico da SOP.
Antigamente, os critérios diagnósticos se baseavam apenas em achados clínicos e histológicos. Atualmente, incorporam-se também exames bioquímicos e ultrassonográficos, dificultando a padronização universal do diagnóstico. Os principais critérios diagnósticos aceitos atualmente são:
Hiperandrogenismo: Inclui hirsutismo (crescimento de pelos em regiões típicas de padrão masculino), acne e alopecia (queda de cabelo). O hirsutismo é o sinal mais comum e significativo. Acne ocorre em cerca de 20% dos casos, enquanto a alopecia é observada em apenas 5%, sendo considerada uma manifestação menos relevante.
Hiperandrogenemia: Presente em 60% a 80% das pacientes com SOP, com aumento principalmente da testosterona livre.
Disfunção menstrual: Geralmente manifesta-se como oligomenorreia (menstruações esparsas) ou amenorreia (ausência de menstruação por mais de 3 meses). Em adolescentes, 65% dos ciclos são anovulatórios. Uma minoria pode ovular regularmente, caracterizando uma variante da síndrome.
Ovários policísticos: Diagnosticados por ultrassonografia transvaginal, com presença de 12 ou mais folículos entre 2 a 9 mm e/ou volume ovariano superior a 10 cm³.
Após o diagnóstico, as pacientes são divididas em dois grupos: com índice de massa corporal (IMC) normal e com obesidade. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, dieta com baixa gordura e prática regular de atividade física. Em muitos casos, são necessárias medicações. A metformina (nome comercial: Glifage) é amplamente utilizada, pois melhora os níveis de glicose no sangue e ajuda no controle do hiperandrogenismo, regularizando o ciclo menstrual e reduzindo acne e hirsutismo.
As dosagens da metformina variam conforme o peso, idade e perfil de cada paciente, devendo ser ajustadas individualmente.
Estudos recentes buscam compostos que melhorem a qualidade dos óvulos. O mio-inositol, um mediador de processos celulares, tem demonstrado efeitos positivos no metabolismo e no sistema hormonal das mulheres com SOP, ajudando na regulação do ciclo menstrual e na fertilidade. Além disso, a suplementação com ácido fólico tem sido associada a maior taxa de nascidos vivos em tratamentos de reprodução assistida.
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