
Cuidando da sua saúde mental: Enfrentando a síndrome de burnout em diversas situações

Drª. Laís Cechinel
CRM/RS 40937 | RQE 36992
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O Conselho Federal de Medicina reconheceu que ter fé pode ser uma parte vital no tratamento de
doenças. Por isso, criou recentemente uma Comissão de Saúde e Espiritualidade, com o objetivo de ajudar médicos de todo o Brasil a conhecerem melhor o que é espiritualidade e como abordá-la na prática clínica.
Você já ouviu falar de alguém que estava com uma doença grave e se curou por um milagre? A ciência já constata que fatores espirituais têm um impacto direto na saúde.
Estudos científi cos apontam que práticas como a oração, yoga, meditação, rituais e o sentimento de pertencimento a uma comunidade religiosa infl uenciam positivamente a saúde mental, a relação com o uso de substâncias e a formação de hábitos saudáveis. O comportamento suicida também tende a diminuir de forma signifi cativa. Essas práticas estão diretamente relacionadas à melhora do sistema imunológico, ao equilíbrio hormonal e até mesmo à prevenção de doenças crônicas. Pessoas que cultivam uma vida espiritual ativa apresentam níveis mais baixos de cortisol, melhor funcionamento cardiovascular e maior capacidade de regeneração celular.
Em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, a integração de terapias como mindfulness e suporte espiritual já é rotineira em hospitais e centros médicos. Essas abordagens têm mostrado potencial para reduzir o tempo de internação e promover uma recuperação mais rápida e com mais qualidade, segundo diversos estudos.
Esse reconhecimento reforça uma tendência crescente: o cuidado integral com o ser humano não pode ignorar sua dimensão espiritual. A espiritualidade, que antes era vista apenas como uma crença subjetiva, agora conquista seu espaço como aliada na medicina moderna. Espera-
se que a Comissão no Brasil contribua para tornar essa prática mais ativa, abrindo caminho para uma medicina mais humana, sensível e conectada com a alma.
É importante ressaltar que essa atuação não está vinculada a uma religião específi ca, mas sim à espiritualidade e à forma como a prática da fé infl uencia a saúde das pessoas, independentemente da crença. “Ignorar a espiritualidade faz com que os pacientes se sintam desconectados do sistema de saúde e dos médicos que tentam cuidar deles”, afirma Howard Koh, médico e professor da Universidade de Harvard.
Vale lembrar que a prática da fé não substitui os tratamentos convencionais já existentes, que são consolidados dentro de critérios científi cos, como as abordagens terapêuticas com diagnóstico e prescrição médica. O que está em discussão é como o comportamento espiritual pode vir a compor uma orientação terapêutica médica, sem interferir nos tratamentos já estabelecidos. Assim como a prática de atividade física hoje faz parte das recomendações médicas, a espiritualidade também pode vir a integrar essa prescrição de maneira complementar.
Mais do que curar, a espiritualidade tem o poder de trazer sentido à experiência da doença. Em momentos de dor, incerteza e fragilidade, a conexão com algo maior pode oferecer conforto, fortalecer a esperança e ajudar o paciente a ressignifi car sua jornada. Essa dimensão subjetiva, muitas vezes ignorada, pode ser decisiva na forma como o indivíduo lida com o sofrimento, encontra forças para enfrentar o tratamento e, sobretudo, sente-se acolhido como ser humano
em sua totalidade.
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