
ENTENDENDO A DOR DO CRESCIMENTO

Dr. Murilo Romancini Daleffe
CRM/SC 17789 RQE 12881
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CRM/SC 17789 RQE 12881
Joelhos tortos na criança: quando devemos nos preocupar?
Muito se pergunta sobre o formato dos joelhos e das pernas das crianças ao longo de seu crescimento. No recém-nascido e na criança pequena as pernas são arqueadas com torção tibial medial devido à persistência da posição in útero.
Quando a criança começa a caminhar, as pernas vão corrigindo e o ângulo entre o fêmur e a tíbia chega à zero, isto por volta dos 18 meses.
Sabe-se que existe uma progressão que se inicia logo após a entrada da idade da marcha com a formação do varismo dos joelhos, que se caracteriza pelo afastamento dos mesmos quando a criança se encontra em pé.
Esse achado deve corrigir-se naturalmente, quando então a criança começa a desenvolver o valgo, que se caracteriza pela conformação oposta, com encontro dos joelhos e afastamento dos tornozelos. Estes eventos são apropriados e fisiológicos.
Alguns eventos podem estar associados com a exacerbação dessa apresentação inicial em varo, presente até os 18 meses de idade, como o sobrepeso da criança na idade em que inicia o caminhar ou naquelas que começam a marcha antes dos 11 meses de idade, por um fator de remodelamento.
O mais importante consiste em avaliar se tais situações estão se apresentando no período adequado, para afastar doenças como a tíbia vara de blount, que é uma deformidade persistente e acentuada mesmo após os 03 anos de idade.
Após os 03 anos de idade, as radiografias podem ser utilizadas como avaliação complementar para a mensuração das angulações e deformidades exibidas, como em situações em que não há melhora da deformidade, quando apresenta arqueamento de apenas uma das pernas ou uma apresentação de forma assimétrica, esses casos podem sugerir uma condição patológica.
Algumas doenças metabólicas também devem ser afastadas nesses casos em que não há melhora espontânea, como raquitismo, hipofosfatemia e deficiência de vitamina D.
Tratamento
No tratamento, podemos realizar desde apenas a observação da deformidade, pois no geno varo fisiológico nenhum tratamento especial é necessário, apenas o acompanhamento semestral. Já em determinada faixa etária o uso de órteses pode ser indicado, caso não haja correção espontânea.
O tratamento cirúrgico é reservado para casos refratários à não correção com as técnicas ou procura tardia pela patologia, onde faz-se necessário a osteotomia tíbial com correção aguda ou progressiva através de fixadores externos.
O mais importante é o monitoramento precoce e seriado da criança e suas devidas abordagens na idade correta.
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